"A minha mãe"

Ligaram-me da creche, ele estava com quase 40 graus de febre, senti-me mal, sabia que não o devia ter mando de manhã. Quando chegamos lá, vimos pela primeira vez, como se comporta na creche, sempre tive curiosidade de o ver lá, os recados que nos chegam não são animadores "o Salvador, não comeu a sopa"; "o Salvador não comeu o segundo prato de peixe"; "o Salvador dá pontapés nos colegas, não me obedece (à educadora) e está sempre a ver, até onde pode levar a vontade dele" ... and so on, por isso ontem ao chegar à salinha dele, tive uma certa dificuldade em identifica-lo, tive que me lembrar da roupa que lhe vesti, e lá o vi, mesmo de costas para mim, sentado numa daquelas cadeiras pequeninas, mas mesmo assim grandes para ele, a dar aos pézinhos, a auxiliar meteu-se com ele, e ele lá olhou para trás, com os braçinhos abertos e a dizer "a minha mãe". 

Quem já leu os meus textos, acho que já entendeu o tipo de educação que tanto eu, como o homem, pretendemos que o baby tenha, não sou de todo de tolerar faltas de respeito, que bata nos coleguinhas, que não coma porque sim.

Acho que as crianças tem que ser ensinadas a conviver com outras, e não é só o meu que bate, morde ou belisca, certamente há mais, não é por fazer agora, que se vai tornar um delinquente. Acho que às vezes certas pessoas se esquecem da idade que as crianças têm.

O meu está a dois messes de fazer dois anos, dá pontapés, é preciso um certo nível de paciência para lhe dar de comer, mas de resto é um bebé grande igual a todos os outros.

E sim derroto-me quando me chama "a minha mãe".

Ser pais

Uma pessoa apercebe-se que se tornou realmente mãe, não quando tem a criança, mas sim quando usa expressões como "ó cocos!", quando realmente quer dizer "que merda!"e quando quando diz "como mil fagulhas", quando o que quer mesmo dizer é "cum caralhinho". 

"tem que ser sempre em cima de mim"

Tenho uma cama grande, daquelas designadas de king sise, hoje o baby veio dormir para a nossa cama, visto que a noite estava a ser uma maravilha, vomitou por causa da tosse e da expectoração,e então resolvemos mete-lo entre nós e rezar que lá ficasse mais uma horinha pelo menos. 

Como estava a dizer tenho uma cama gigante, tão grande que me vi lixadinha da vida para encontrar lençóis polares, e não é que o Salvi só dormiu em condições em cima de mim, tive que dormir, com metade das naldegas de fora, com as costas destapadas para a criança dormir com o rabiosque em cima do meu braço e estar-me constantemente a puxar o cabelo. O que uma pessoa não faz para "dormir" mais um pouco, também é de referir que o homem, quando o puto se enfiou na cama connosco, virou-se para o lado e adormeceu.